Na madrugada de domingo, 20 de outubro, teve início a nossa aventura. E que grande aventura! Saímos da sede do agrupamento em direção ao aeroporto de Lisboa, onde embarcámos em direção à capital da Eslovénia, Liubliana, fazendo uma escala em Frankfurt. Instalámo-nos e procurámos recuperar energias para o dia seguinte. A viagem havia sido longa e a planificação da semana era exigente.
Na segunda-feira começámos a nossa jornada bem cedo com uma visita à escola anfitriã do projeto, a Vegova- Escola de Engenharia Elétrica e Informática de Liubliana. Após sermos recebidos pelo Diretor da escola no seu gabinete, já na companhia de alguns alunos e professores da escola visitámos a biblioteca, várias salas de aula, o espaço exterior que iríamos converter e outros espaços da instituição, ficando a saber um pouco mais sobre o seu funcionamento e sobre a organização escolar do país. Em seguida, tivemos o privilégio de fazer uma pequena visita guiada por Liubliana, a qual que nos permitiu conhecer a cidade em vários aspetos, incluindo a sua arquitetura, história, cultura e também algumas tradições. Soubemos da extrema importância do arquiteto Jože Plečni, cujas obras abundam na cidade. Dirigimo-nos depois ao centro de investigação Biotechnical Educational Center. Almoçámos muito bem na sua cantina universitária e seguimos para uma visita guiada ao jardim botânico da cidade, localizado nas imediações. Acompanhados por uma guia, pudemos apreciar algumas das espécies mais belas e únicas originárias da Eslovénia e também de outras partes do mundo. Foi um dia fantástico e muito preenchido.
Na terça-feira voltámos à escola Vegova bem cedo para, na companhia dos nossos parceiros, nos dirigimos a uma escola vizinha onde se situa um dos muitos apiários da cidade. Participámos numa conferência sobre o tema e visitámos as colmeias colocadas no terraço no topo do edifício. Um guia especialista na temática conduziu-nos depois por um trajeto pela cidade, visitando vários apiários e tomando conhecimento sobre a sua importância na cidade. Após o almoço encetámos a nossa maior tarefa em Liubliana: implementar um jardim na escola parceira. Havia que podar arbustos, preparar o terreno, enriquecê-lo com minerais e biofertilizantes e, só depois, transplantar as espécies locais selecionadas pela equipa eslovena. Foram assim desenvolvidos os workshops do programa pré-estabelecido, a par da recolha de imagens e vídeos que o documentassem. Professores e alunos dos dois países trabalharam em conjunto terça e quarta-feira, concluindo a tarefa com sucesso.
No final destes dias, as equipas aproveitaram para percorrer a pé as ruas da cidade, conhecendo os pontos mais emblemáticos, a sua história e tradições, assim como para comprar as recordações para a família e amigos. Destacamos as praças e as ruas junto ao rio, as inúmeras pontes, as pequenas lojas do comércio local, a vista para o castelo…
Na quinta- feira dia fizemos uma visita de estudo ao parque Mizerskigaj, que abriga cerca de 4500 espécies estudadas pela universidade local. Mais uma vez tivemos o privilégio de fazer uma visita guiada, podendo desfrutar da combinação harmoniosa de arquitetura e botânica que este local oferece. Voltámos ao autocarro e partimos em direção ao Vale de Logarska, situado em plenos Alpes. Esta região é também conhecida por Logarska Dolina, pois o termo dolina, originário do esloveno, significa pequeno vale, sendo neste caso uma depressão resultante da alteração do calcário. Após alguns quilómetros de curvas e contracurvas e uma caminhada por um percurso íngreme por entre a natureza mais bruta e menos tocada pela mão humana, chegamos à Rinka Waterfall, uma cascata imensa e imponente. Apreciámos a sua beleza natural e partimos. A paragem seguinte foi para desfrutar de um almoço tradicional num restaurante numa cabana de montanha. O calor da lareira e a comida saborosa mimaram-nos o corpo e a alma. A lembrança da sopa de cogumelos e do strüdel, entre outras iguarias, ficaram na memória de um dia cheio em que nem a constante chuva miudinha nos demoveu.
No penúltimo dia, sexta-feira, não podíamos ficar sem visitar um lugar emblemático da Eslovénia: o lago Bled, que com as suas águas límpidas e a sua ilha constitui uma imagem de sonho, ainda mais num dia de nevoeiro. Pudemos passear nas suas margens, o que constituiu mais uma oportunidade de observação da natureza, nomeadamente da flora local, embelezada pelas cores do Outono.
Dada a proximidade e o interesse da localidade Radovljica, com o seu estilo arquitectónico antigo, fizemos uma paragem para almoçar e passear pelas ruas que parecem pertencer a um conto de fadas. Pudemos desfrutar das vistas para o campo e para as montanhas antes de regressarmos a Liubliana.
No último dia, sábado, ainda pudemos fazer uma caminhada pela cidade, com destaque para o mercado local. Além do contato com os locais, pudemos explorar as inúmeras bancas cheias de produtos regionais, alguns nossos desconhecidos. Antes de nos dirigirmos ao aeroporto almoçamos num restaurante com uma característica especial: os seus empregados são jovens portadores de algumas condições como a trissonomia 21. Um exemplo de inclusão a reter.
Seguiram-se os voos de regresso, desta vez com escala em Zurique, e a viagem de autocarro até Alcains, onde chegámos como partimos, de madrugada. No entanto chegámos muito mais ricos. Esta semana enriqueceu-nos muito. Não só pelos locais que visitámos, pela aprendizagem adquirida pelas tarefas que desenvolvemos, mas por todo o relacionamento intenso e intensivo, a tempo inteiro com os outros. Pela negociação necessária e constante com os colegas e professores portugueses e também com os eslovenos. E tudo isso em língua inglesa!
Podemos garantir: quem participa em mobilidades Erasmus+ não esquece.
A equipa portuguesa
As professoras: Célia Cotrim, Sandrina Ginja e Ana Duarte
Os alunos: Duarte Santos, Leonor Castro, Luísa Domingos, Júlia Duarte, Pedro Silva e Salvador Matos.