Visita de estudo a Mafra e à Ericeira

Visita de estudo a Mafra e à Ericeira

 

A manhã mostrava-se fria, cinzenta e muito chuvosa. Às 7h30 poucas coisas podiam servir de motivação a uma deslocação de mais de 200 km para ir visitar um convento e uma praia. A verdade é que, no final do dia, todos os alunos do 12.ºA, do 12.ºB e do 12.º PTIS que participaram na visita deram por bem empregue o dia. Felizmente, até o tempo acabou por ajudar. Grande parte da viagem de ida foi feita debaixo de chuva, mas a partir do meio da manhã a chuva foi cedendo e foi dando algumas tréguas que permitiram que a visita ocorresse, na sua maior parte, ao enxuto. Às 11 da manhã teve lugar a visita guiada ao Convento de Mafra, o imponente edifício que nasceu da vontade e do capricho de D. João V. Os alunos foram distribuídos por dois grupos acompanhados por duas guias, sob cuja orientação percorreram os principais espaços do edifício, nomeadamente a basílica, a sala do trono, a ala do rei, a ala da rainha e a magnífica biblioteca. A explicação foi toda feita em articulação com o romance Memorial do convento, de José Saramago, cuja compreensão e interpretação saíram muito acrescidas e beneficiadas desta iniciativa. A visita durou cerca de duas horas, mas foi tudo menos aborrecida. Depois de almoço a visita continuou na praia da Ericeira, mas com uma breve paragem prévia na Aldeia Típica de José Franco, onde os alunos puderam contactar com um exemplo das estratégias culturais do Estado Novo para perpetuar e controlar a mentalidade das populações, associando o ser português à ruralidade, ao passado e à “pobreza contentinha” e sem esperança de mudança a que só a revolução do 25 de Abril viria colocar um ponto final. O grupo foi presenteado com uma recordação da sua passagem, feita no momento, em barro, e dali seguiu para a Ericeira, onde se fez uma paragem na falésia sobranceira à praia onde D. Manuel II fugiu de Portugal a caminho do exílio após a implantação da república a 5 de outubro de 1910. Também o grupo teve de fugir dali em corrida para o autocarro, pois uma chuvada muito forte e repentina empurrou-nos subitamente no caminho para Alcains, onde chegámos ainda antes das 20 horas. Foi, sem dúvida, um dia bem passado, formativo, divertido e frutuoso para todos.

Professor Rui Mateus